sábado, 9 de abril de 2011

Os Heróis do Realengo

Na pior chacina ocorrida na história recente do Brasil, o papel de policiais militares do Rio de Janeiro foi imprescindível para estancar o já trágico banho de sangue. O sargento Márcio Alexandre Alves, 38 anos, o cabo Ednei da Silva, 33 anos, e o cabo Denilson Francisco de Paula, 32 anos, compunham a guarnição que adentrou ao colégio em que crianças estavam sendo mortas a tiros, no Realengo, Rio de Janeiro.

Segundo relato do sargento Márcio, que tem 18 anos de PMERJ, Wellington, autor do massacre, disparou duas vezes contra o policial, que reagiu, atingindo-o no abdômen. Posteriormente, o criminoso se matou.
São várias as possibilidades de desdobramento para uma ação como esta: os policiais poderiam ter sido atingidos, possibilitando a continuidade do massacre; o disparo do sargento poderia ter atingido algum inocente etc. Segundo a polícia técnica, o atirador ainda possuía 66 cartuchos não deflagrados, o que nos dá a dimensão do que poderia acontecer caso os policiais militares não atuassem.
O Governador Sérgio Cabral chamou os PM’s de “heróis”. O próprio sargento comandante da guarnição disse que “estava apenas cumprindo seu dever”. Ambos estão certos. Quem poderá explicar para os pais das crianças que sobreviveram que esses policiais não são heróis? Arriscar a vida, atuar no tênue limite da ação exitosa e trágica não é um ato de heroísmo? Julgo que sim.
Por outro lado, não há que se negar que este é o papel do policial militar. Não se pode exigir menos dele. Esta é a gênese da profissão. Por isso, falamos e cobramos aqui e em outros espaços a valorização do profissional policial, pois esta é a única, dentre todas as profissões, que vive permanentemente neste conflito, nesta vulnerabilidade – entre a vida e a morte, entre o êxito salvador e o fracasso trágico.
O sargento Márcio e os cabos Ednei e Denilson, são, sim, heróis. Heróis do cotidiano, que apareceram no pior morticínio que o Brasil já assistiu. Outros deles há, desvalorizados e ocultos, esperando não precisar de dores, sangue nem choro para que sejam lembrados e entendidos em seu heroísmo.
Fonte: Abordagem Policial

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