sexta-feira, 18 de novembro de 2016

MORTE DE BOMBEIRO EM CUIABÁ REFORÇA NECESSIDADE DE REFORMAR CURSO DE FORMAÇÃO MILITAR

A morte de um jovem de apenas 21 em Cuiabá esta semana durante o Curso de Formação para o Corpo de Bombeiros demonstra a necessidade urgente de mudança do regimento militar, que contraria a Constituição Federal e as normas vigentes de Direitos Humanos ratificadas pelo País.

Segundo relatos de parentes e amigos próximos que também participavam das lições, Rodrigo Claro teria passado por sessões de afogamento e treinamento excessivo. Enquanto ele estava com a cabeça dentro d’água, um tenente teria subido em seus ombros para forçar resistência. O fato o teria levado a uma fadiga excessiva, que causou a morte.

A corporação mato-grossense, porém, contesta a versão. Segundo ela, o formando passou mal durante uma travessia a nado.

Mesmo a versão oficial, porém, evidencia o abuso sofrido pelos profissionais que almejam uma carreira militar, cujo treinamento excessivo pode, inclusive, levar o candidato a morrer durante os treinos, o que fica claro com este caso. 

“Essas situações só ratificam o fato de que muitas das disciplinas que são feitas, que fazem parte do currículo desse curso são desnecessárias pra atividade-fim do bombeiro e da polícia, que coisifica o militar e vai de encontro à cidadania do indivíduo”, declara Dalchem Viana, presidente da Associação dos Bombeiros Militares do Rio Grande do Norte (ABM/RN).

O regimento militar pouco mudou desde os tempos ditatoriais e impõe aos profissionais da área uma disciplina incompatível com a democracia, como opinam diversos especialistas e demonstram pesquisas independentes. 

Prisões administrativas com motivações pouco fundamentadas, por exemplo, são uma ameaça constante aos militares, que se submetem ainda a um disciplina excessivamente rigorosa e, muitas vezes, arbitrária. 

Reportagem de 2015 da Revista Exame traz policiais alegando que a formação do PM se baseia no abuso de autoridade; no mesmo ano, matéria especial do jornal Folha de São Paula afirma ser este um modelo “fracassado, violento e ineficaz”.

A edição de 2014 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra ainda a preocupante conjuntura nacional. Conforme a pesquisa, o policial brasileiro é um dos mais mata e dos que mais morrem em atividades cotidianas de trabalho no mundo.

Todas essas estatísticas reforçam a necessidade de mudança, uma pauta comum de diversas associações militares pelo País.

Assessoria de imprensa

Rodrigo Claro

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