O líder da
greve da Polícia Militar ocorrida em fevereiro na Bahia, o ex-policial Marco
Prisco (PSDB) foi o quarto candidato mais votado na disputa por vagas na Câmara
Municipal de Salvador e liderou a coligação PSDB-DEM nas eleições proporcionais
na cidade, com 14.820 votos. "É uma resposta da população ao governo da Bahia",
afirma o vereador eleito. "As pessoas querem alguém que discuta o sistema
estabelecido, que questione o que é imposto."
Apesar do resultado, Prisco diz que esperava uma
votação ainda mais expressiva. "Nossos principais eleitores foram os policiais
militares e muitos foram transferidos para ajudar na segurança das eleições no
interior - só de Salvador, foram enviados 2,4 mil", afirma. "A gente tinha
potencial para ser o vereador mais votado (o primeiro, Carlos Muniz, do PTN,
teve 16.959 votos), mas de qualquer forma foi uma vitória convincente." De
acordo com ele, os gastos de campanha foram pouco mais de R$ 1 mil. "Foi só um
pouco de material gráfico."
O ex-policial, expulso da corporação em 2002 - um
ano depois de liderar a primeira greve da PM no Estado -, agora tem como meta
tentar marcar uma reunião com o governador Jaques Wagner (PT). "Assim que
assumir, vou enviar um ofício ao gabinete do governador para agendar um encontro
para discutir a situação da PM no Estado", afirma. "Ele não me recebe como
representante dos policiais, talvez me receba como
parlamentar."
Prisco é um representante da renovação da Câmara de
Salvador, que passou da metade das vagas. Dos 41 vereadores da atual gestão, 19
foram reeleitos. A eles, somam-se 24 novos legisladores - o número de vereadores
foi aumentado para 43. Além de Prisco, tiveram destaque na votação os veteranos
Waldir Pires (PT), de 82 anos, ex-governador baiano e ex-ministro, que foi o
sexto mais votado, com 13.801 votos, e o atual vice-prefeito, o tributarista
Edvaldo Brito (PTB), que ficou em décimo, com 11.966 votos.
Fonte: Estadão
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